quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Sobre responsabilidade...

Qual a sua responsabilidade
na desordem da qual você se queixa?
Sigmund Freud
 
Tive minha primeira lição sobre responsabilidade há alguns anos, quando comecei um curso de Formação Holística na UHB - Universidade Holística do Brasil. Fiz minha matrícula quando o curso já estava em andamento, então o meu primeiro dia de aula já era o terceiro para os demais alunos, e o tema do encontro era astrologia.

Um pouco antes do intervalo para o almoço o professor avisou que à tarde faria uma análise dos nossos mapas e para isso precisaria das folhas preenchidas com os dados de cada um, e, percebendo que não tinha meus dados em mãos, orientou-me a procurar a diretora para resolver a questão. Foi o que eu fiz. A diretora foi bastante solícita e rapidamente providenciou o que eu precisava, mas antes que eu me afastasse ela me disse: "Mas é bom você pensar por que você causou isso".



Eu fiquei chocada! "Como assim?" Tive vontade de perguntar. "Vocês cometem um erro e a culpa é minha? A sua secretária devia ter passado a minha ficha junto com as outras, ela devia ter conferido tudo, era o trabalho dela, não  meu. Então por que eu deveria pensar que a culpa é minha?" Muita coisa me passou pela cabeça naquele momento, daí lembrei que eu estava num curso de holística, com certeza as coisas eram vistas de uma perspectiva diferente ali, e em vez de argumentar fiquei olhando para ela e depois me afastei. Mas pensei no que ela me disse durante o resto do dia, e continuei pensando quando cheguei em casa, e no outro dia quando acordei, e até hoje ainda penso nas palavras dela toda vez que algo sai diferente do que eu gostaria: "De que forma você provocou isso, Márcia?"


Hoje já não penso mais em culpa. Culpa é uma palavra inadequada, responsabilidade é melhor. E hoje sei que sou 100% responsável por tudo o que acontece na minha vida. Não tenho culpa, mas tenho responsabilidade porque de alguma forma contribuí para que aquilo acontecesse. De alguma forma, mesmo sem perceber ou sem desejar de fato, eu permiti que as coisas se encaminhassem para aquele desfecho. E no momento em que assumo isso tudo fica mais fácil, porque deixo de desperdiçar uma energia enorme na tentativa de encontrar um culpado e me concentro no que realmente importa, que é buscar a melhor alternativa para solucionar o problema.

Quando me coloco no papel de vítima, estou dando a outra pessoa poderes de decisão sobre a minha vida. Já quando assumo que eu sou responsável, entendo que eu mesma devo encontrar o caminho. Então, errando ou acertando, eu faço as escolhas, sempre. E escolher olhar para dentro de mim mesma em vez de procurar fora de mim, já é um grande começo.

Acredite, tudo fica mais simples quando você assume total responsabilidade por tudo o que está na sua vida. Coisas boas ou ruins: você criou, você provocou, você permitiu. A parte boa é que se foi você quem fez, então você pode corrigir. E desta forma se sentir mais livre, mais forte e mais atento para fazer escolhas melhores no futuro.

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